18.10.07

Câmara de Aveiro

Grande parte das respostas do presidente da Câmara nas entrevistas (Diário de Aveiro e Rádio Terra Nova) que tem dado por estes dias em que completa dois anos de mandato não fugiram do que tem dito, por exemplo, na Assembleia Municipal. A notícia seria o contrário, evidentemente.
Quando muito poderia acontecer um deslize nalguma 'casca de banana' que a activíssima assessoria de imprensa se tem esforçado por retirar do caminho.
Élio Maia aparece, nesta altura, contudo, com um discurso mais político, no sentido em que introduz análises de maior consistência, com perspectiva e prospectiva - e isso não tinha ficado claro até agora.
Numa fase crucial do mandato, é uma nota positiva.
Até para a oposição, que sabe com o que poderá contar.
Independentemente do que se possa pensar das opções que ganham força.
O presidente marcou as entrevistas antecipando avanços na carta educativa, medidas de saneamento financeiro e nas privatizações dos SMA/MoveAveiro.
Aproxima-se a abertura de concursos num percurso desbravado pela anterior maioria que os actuais inquilinos validaram no essencial.
Revela também que já aprendeu alguns truques úteis para gerir a agenda mediática, o que não quer dizer que seja necessariamente mau.
Menos feliz é reafirmar que já ficaria contente se o mandato terminar com menos um funcionário da Câmara ou que a dissolução da EMA é a médio / longo prazo, sabendo-se que as metas iniciais eram (e deveriam ser) bem mais ambiciosas.
No plano partidário, o desconforto é mais evidente. Não só por causa do envolvimento na campanha de Marques Mendes e do renovado convite para aderir ao PSD.
Na Assembleia Municipal, os partidos da coligação de direita já se picam como antigamente. E alguns influentes não escondem o que lhes vai na alma com desejos secretos de candidatos tornados públicos.
A coisa promete.

17.10.07

A Guerra

Extraordinário documento, "A Guerra" de Joaquim Furtado.
Pelas imagens, pelos factos e memórias.
A guerra feita pelos pais da minha geração, enviados para África , por um regime que em desespero tenta impedir o fim de Portugal do Minho e Timor.
A chocante violência das chacinas em Angola mostra a que ponto de revolta chegaram os povos oprimidos, por muito que fossem incendiados pela propaganda de movimentos de libertação.
Um erro comum na história do mundo que o colonizador português também não soube evitar.