25.2.06

Carnavais

Tenho saudades dos carnavais em Estarreja nas festas tardias dos velhos armazéns depois de fechar o café do amigo Zé Pomar. Mas a festa entre os foliões de Ovar continua a ser imperdível, mesmo que apenas por uma noite. Estarei, se tudo correr bem, na rota do (café) Progresso. Chova ou faça temporal.

Assembleia Municipal

O auditório do edifício-sede da Junta de Santa Joana encheu-se de gente sexta-feira, ao fim da tarde, para assistir uma reunião da Assembleia Municipal com algum simbolismo, já que era a primeira este mandato fora da antiga capitania.
A intervenção do público, afinal, resumiu-se a fazer figura de corpo presente com duas curtas excepções. E só num caso de alguém da freguesia. Com tão rara oportunidade de confrontar os seus eleitos (deputados e executivos) esperavam-se mais do que meros espectadores.
Os vogais do PS estranharam mais que a mesa tivesse convocado uma Assembleia Municipal para as 18:00 sem intervalo para jantar na ordem de trabalhos.
Já no decorrer da reunião soube-se que, afinal, não haveria intervalo. Os trabalhos terminariam a tempo de jantar (tardio, é certo) e seriam retomados na próxima sexta-feira, já no edifício da capitania, com a justificação que o presidente da Câmara teria compromissos este sábado.
O jovem deputado do PS Pires da Rosa, que contava fazer noitada na Assembleia, espantou-se por dois motivos: não compreendeu a falta de disponibilidade da maioria para continuar depois de jantar e achou "muito curto para o dispêndio de dinheiro" (sempre são 600 contos por senhas de presença).
Quanto ao repasto, oficialmente não estava nada previsto mas por deferimento do presidente da Junta de Santa Joana havia um restaurante de sobreaviso para saciar a fome. Ficou a dúvida quanto a quem pagava. A Câmara não seria, porque as finanças não dão para grandes luxos e foi mesmo para poupar que o anterior executivo acabou com as Assembleias antes das 21:00. Correu o rumor que o dono do restaurante se prontificou a oferecer o jantar. Mesmo assim, devido ao adiantado da hora, alguns deputados não resistiram e abandonaram os trabalhos mais cedo.
A reunião ficaria marcada pela estreia da advogada Ana Seiça Neves na bancada do PS e logo a suscitar polémica. Apesar de ser uma mulher habituada às leis, notou-se que ainda tem de estudar melhor o regimento da Assembleia. A presidente da mesa, Regina Bastos, apanhou-a em falso, o que teve um certo sabor a vingança já que foi criticada pelos socialistas nas primeiras sessões que não lhe perdoaram alguns atropelos legais no desenrolar dos trabalhos.

23.2.06

Sal


O problema do sal de Aveiro afinal não está na qualidade, como a Universidade de Aveiro atesta com um estudo científico. A sobrevivência das marinhas é uma questão de rentabilidade económica.
E isso implica, além de força braçal, muitas outras condições e apoios que ao longo dos anos resumem-se a pouco mais que o eco-museu da Troncalhada.
O dinheiro a gastar, ou melhor, a investir na manutenção das marinhas de sal activas terá sempre um retorno superior. Não financeiro, mas cultural. E impedirá que a imagem de marca de Aveiro não se reduza a uma memória de postal.
[foto retirada aqui]

22.2.06

Paulo Portas

Com Paulo Portas de volta à actividade política, as coisas voltarão certamente a aquecer na política portuguesa.
O ex-ministro da Defesa passou um ano afastado das lides e já fez saber que terminou o seu percurso no deserto.
Vai ter um programa na SIC e lembrou-se, também, que era deputado eleito por Aveiro, distrito que o acolheu antes de assumir a presidência do CDS-PP e onde volta quando precisa de ganhar fôlego.
Ao longo dos anos, sabemos já que nada acontece por acaso com o calculista Paulo Portas. É, de facto, um actor político de inteligência superior. Com uma grande capacidade de comunicação. Sabe exactamente para quem orientar a mensagem quando deseja provocar um determinado efeito (votos, por exemplo). Lembram-se dos pensionistas e dos antigos combatentes ?
Pelos vistos, deve achar que as maleitas do desgoverno do País com Santana Lopes não lhe tiraram credibilidade para regressar ao activo.
Resta saber se neste período de apagamento voluntário a que se submeteu terá aprendido truques novos. Sim, porque Paulo Portas é um ilusionista da política. E já se especula muito sobre o que vai tirar da cartola.

21.2.06

Banca

Alguma banca (o sector mais poderoso da economia nacional, que mais cresce mesmo em situação de crise) resolveu substituir-se ao Estado e decidiu agora que também poderia retirar direitos de cidadania.

Basilius

A surpresa causada pelo anunciado encerramento da Basilius, que foi em tempos uma das maiores empresas de calçado da região, vem ensombrar alguns sinais positivos que a indústria portuguesa estava a receber nos últimos tempos. E prova que, afinal, as razões que levam as multinacionais a deixar o País também podem abalar o sector nacional.

20.2.06

Gripe das aves

No final de Outubro, o aparecimento de uma galinha morta numa capoeira em Santa Maria da Feira levantou a suspeita de um eventual caso de gripe das aves que, posteriormente, os relatórios laboratoriais não confirmaram. Foi notícia com destaque inusitado em grande parte da comunicação social.
Exactamente na mesma semana, uma das muitas explorações avícolas da região teve de abater 4 mil aves devido a uma das doenças que ocasionalmente chegam não se sabe de onde e porquê.
Quem faz criação de aves conhece bem o risco de surgirem vírus desta natureza. E não foi notícia em lado nenhum.
Com a desinformação que reina sobre a gripe das aves, o aviário poderá não resistir à consequente quebra de consumo. Esse é o maior medo dos avicultores.