8.11.05

"Bota-abaixo" fez Jaime Silva brilhar

O ministro da Agricultura e Pescas terá tido esta terça-feira, no porto de pesca da Gafanha da Nazaré, o seu melhor dia desde que chegou ao Governo socialista.
Não houve manifestações de agricultores revoltados com a demora na entrega de apoios para compensar os prejuízos da seca ou perguntas delicadas sobre receios em torno da gripe das aves.
Nem mesmo as acusações do armador Silva Vieira de alegados favorecimentos à empresa Miradouro para a construção do "França Morte" chegaram para tirar o brilho ao simbólico "bota-abaixo".
O ministro que fez carreira nos organismos europeus como especialista na Política Agrícola Comum viu agora o seu nome associado ao último grande bacalhoeiro nacional construído de raiz dos próximos (muitos) anos.
Jaime Silva sentou-se por momentos na cadeira de capitão do "França Morte" e terá desejado ao mirar da ponte que a governação fosse sempre assim como as águas calmas da ria naquela manhã.
Ao fim do dia, ainda passou pela SIC Notícias para recolher mais alguns louros da jornada festiva preparada horas antes por Pedro França. Na altura, o armador agradeceu penhoradamente a ajuda do Governo mas já deu o seu compromisso por satisfeito. E avisou que espera igual atitude no que diz respeito à parte governamental em falta, isto é autorização para enviar o "França Morte" rumo à faina.
Pedro França hoje não apareceu como o rosto da contestação do armamento nacional organizado em torno da reivindicativa ADAPI que em 1997 chegou mesmo a bloquear a barra de Lisboa.
Emocionou-se por momentos ao evocar o pai que decidiu homenagear com o nome do "sonho" que o fundador da Miradouro teve nos idos de 1996 e foi agora concretizado quase uma década depois.

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