Prémios de campanha
Poderia usar uma designação feia e, admito, ofensiva quando injustamente aplicada.
Nos casos de algumas nomeações da nova maioria na Câmara de Aveiro não quero ser indelicado ao dizer que foram distribuídos "tachos". Chamo-lhes prémios de campanha.
Ulisses Manuel, líder da concelhia do PSD, em princípio, deve vir trabalhar novamente para Aveiro, já que é um dos nomes de Élio Maia para a Parque Desportivo de Aveiro, talvez a empresa mais apetecida.
O economista andou pelo estrangeiro durante algum tempo. Regressou com os Governos do PSD-CDS/PP onde foi chefe de gabinete do ministro que precipitou a queda de Santana Lopes. Ulisses Manuel conseguiu manter-se, entretanto, num cargo de nomeação na Agência Nacional para o Programa da Juventude, resistindo à chegada do PS.
O segundo vogal da PDA é Gilberto Ferreira que foi um dos rostos da JSD.
Para a EMA, vão mais dois vogais. A indicação de João Pedro Dias, um prestável advogado especialista em direito comunitário que é do CDS, não deixa de ser surpreendente.
Actualizado a 3 de Novembro: João Pedro Dias não é, propriamente, um desconhecedor do meio desportivo e já foi dirigente do Beira-Mar. Faça-se essa justiça.
Para a EMA segue também Susana Esteves, a empenhadíssima jovem social democrata que Élio Maia não esqueceu de compensar pela ajuda na campanha quando chegou a hora de distribuir algumas benesses.
Também o incansável Virgílio Nogueira foi premiado, duplamente: é adjunto do presidente e entra para a administração do Teatro Aveirense ficando mais perto da cultura que é uma das suas paixões.
Já a renovação de confiança em Lusitana Fonseca não será uma prenda envenenada. A vereador do PS tem sido sempre muito elogiada por Ribau Esteves, enquanto presidente da AMRIA, que é parte do consórcio Aveiro Digital.
Sobre Paulo Amorim, presidente da SAD Aveiro Basket, apesar de receber apoio para continuar não se sabe muito bem qual será o futuro da participação camarária.
Como ainda faltam nomear alguns executivos (os directores-gerais e administradores-delegados), há gente que pode sair dos actuais cargos (ou já saiu como é o caso de Miguel Lemos, da EMA/PDA) e outros que podem entrar.
Votações sem conflitos de interesses
A votação das várias nomeações para empresas municipais na sessão pública de segunda-feira passada nem sempre contou com todos os vereadores.
Miguel Capão Filipe, que é dirigente do Beira-Mar, entendeu ausentar-se quando o executivo votou as escolhas para a EMA, supostamente porque o clube é inquilino da empresa.
Jorge Greno, que faz parte da direcção do Galitos, saiu no momento da votação da recomendação para Paulo Amorim continuar à frente do Aveiro Basket já que o clube faz parte da SAD .
O vereador Pedro Ferreira saiu quando votou-se a proposta para os nomes dos cargos da PDA, já que o seu irmão, Gilberto Ferreira, era um dos indicados.
E Lusitana Fonseca, coordenadora do Aveiro Digital, não participou na sua própria indicação para o Aveiro Digital.
Ao contrário dos restantes, a vereadora do PS que a maioria quer manter a trabalhar para a Câmara não chegou a sair da sala. E justificou-se lembrando que não era prática levar ao extremo o que diz a letra da lei.
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2 comentários:
Achei a notícia bem elaborada e precisa. No entanto permita-me descordar da questão em torno da Eng. Lusitana Fonseca. Acho que a prenda é mais que envenenada... aliás como o confirma a abstenção do vereador socialista Pedro Silva. É que já se começa a duvidar da rentabiliddae económica, social e política do porjecto Aveiro Digital!
Os eleogios de Ribau Esteves foram claramente mais uma 'farpa' nas suas 'amistosas' relações com Alberto Souto.
Gostava era de saber se a nomeação de JPD não foi uma forma de o PSD o obrigar a sair da Assembleia Municipal (porque legalmente incompatível)...
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