9.11.06

Alberto Souto

A entrevista de Alberto Souto dada ao jornal O Aveiro fica para a História, literalmente.
Depois da renúncia ao cargo de vereador, um ano após perder a presidência da Câmara, e com a auditoria pelo meio (incluindo os respectivos contraditórios das partes envolvidas), é o final de um ciclo, diga-se, extraordinário para o município.
Com tudo de bom e de mau que fez, Souto, apesar de surpreendido pela derrota de Outubro de 2005, deixou a fasquia muito elevada para o sucessor.
É só fazer uma retrospectiva dos oitos anos em que pôs e dispôs.
A comparação com o desempenho de Élio Maia fica para mais tarde, estejamos todos por cá é o que se deseja.
A forma como Alberto Souto deixa o seu legado é que poderia ter sido outra. Ao estilo que nos habituou, frontal, poderia ter ido à Câmara e renunciar ao cargo fazendo um último deve e haver perante a maioria PSD-CDS, também para a História que alguém há-de contar.
Ficava melhor do que agir ao sabor das críticas que de quando em vez a gestão actual gosta de disparar como que aligeirando responsabilidades.
O ex-presidente agora, definitivamente de fora, será, quando muito, um comentador sempre de interesse ouvir sobre os assuntos da terra. Mas longe da realidade e mais afastado do andamento dos dossiês, perderá autoridade para falar.
Até sob pena de tirar visibilidade aos socialistas liderados por Raul Martins que tentam agora colar os cacos da derrota eleitoral autárquica.
E não deixa de ser curioso que Souto tenha aparecido numa grande entrevista na véspera do PS concelhio tomar posição sobre a política local. Ou terá sido a secção a agir depois da entrevista ? Ou então foi tudo mesmo coincidência.

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