Tensão

Os últimos tempos têm sido tensos na Câmara de Aveiro. Por tudo e por nada, sucedem-se casos. Dentro e fora dos Paços de Concelho. Não pode ser da temperatura quente, porque o Verão tem sido fresquinho.
Na última Assembleia Municipal, nem os aplausos dos partidos da maioria disfarçaram a fragilidade de alguns argumentos usados por Élio Maia na resposta às ofensivas da oposição.
O presidente, como todos nós nesta altura do ano, precisa de férias. Relaxar, buscar ânimo e novas forças para uma ponta final do ano que será determinante para marcar, com algo positivo, o actual mandato.
O episódio das afirmações de Rocha Almeida sobre a MoveAveiro indicia que a gestão camarária tem outros protagonistas envolvidos em decisões importantes. Resta saber se ajudam ou atrapalham.
O suposto pedido de demissão de Pedro Ferreira, naturalmente desmentido, não apaga a imagem deixada pelo vereador no dia em que foi confrontado na Assembleia Municipal por causa do projecto Petiz e da saída apressada com cara de amuado depois do presidente ter sido obrigado a 'pôr água na fervura'.
O fim da revista Pontes & Vírgulas também não é caso menor, pelo que tinha de emblemático nalguns sectores que ajudaram a eleger o presidente e a coligação.
A sistemática recusa da direita, agora também incentivada por Élio Maia, de formar comissões na Assembleia Municipal contraria o código genético dos compromissos da actual maioria.
Um certo tom de arrogância surpreendeu, inclusivamente, quando o presidente passou ao lado das críticas, duras é certo, do antigo vereador José Costa sobre a estratégia de recuperação financeira, dizendo que não era "nada de especial" [Respostas 1ª parte] [Respostas 2ª parte].
O 'fardo' que a Câmara carrega era pesado, por muito que o PS desvalorize, e continua a não permitir aliviar as costas. Não se esperava era ver o seu timoneiro a dar sinais de querer vergar à pressão.