31.12.05

Finanças camarárias

A coligação PSD-CDS/PP quer resolver os problemas financeiros com empréstimos e venda de terrenos. Uma resposta típica nestes casos de maior aperto. É fácil e dá milhões.
Alberto Souto quando era presidente da Câmara preferiu outras operações bancárias mais arrojadas que agora são os próprios socialistas a não recomendar. E assim vamos entrar em 2006. Bom ano a todos!

29.12.05

Empresas municipais

À excepção de uns quantos balancetes, a comunicação do presidente da Câmara pouco ou nada adianta sobre a actividade das empresas municipais e outras participadas que passam, assim, à margem da Assembleia Municipal.
Fica-se sem saber o que andam a fazer, exactamente, a MoveAveiro, a Teatro Aveirense, a Parque Desportivo de Aveiro, a Estádio Municipal de Aveiro e a AveiroExpo.
Estes tentáculos empresariais de que as autarquias tanto gostam de se socorrerem acabam por actuar sem a desejada fiscalização dos deputados municipais.

Contencioso

O contencioso da Câmara de Aveiro teve nos últimos mandatos muito trabalho. Em grande medida, devido a fornecedores que se cansaram de esperar os respectivos pagamentos e avançaram para penhoras.
Outros processos decorrem da quebra de contratos-promessa. O caso da Vitasal é apenas um entre vários que podem sair caro ao município, como já advertiu Élio Maia.
Basta consultar a última comunicação do presidente da Câmara entre as páginas 7 e 24.
Francamente, não tenho ideia do que se passará noutros municípios mas esta herança da maioria PS não é prestigiante para o concelho.
É surpreendente como foi possível chegar a este ponto.

28.12.05

O ouro da Ria de Aveiro


Os bivalves são o ouro da Ria de Aveiro.
A apanha destes moluscos já representa quase metade das vendas na Docapesca, em Ílhavo. O que é declarado rende cerca de 2,6 milhões de euros. Nada mau para a estranhamente chamada "pequena pesca". A economia local ainda poderia beneficiar mais desta actividade, se fosse levada a sério pelas entidades responsáveis.
Oficialmente, serão 800 embarcações. Muitas mais pescam à margem da lei. A Ria de Aveiro está, de resto, a saque e vale a lei da selva.
A fiscalização não aperta os pescadores ilegais que, mesmo em época de interdição, continuam em actividade.
É verdade que muitos dos que se ouvem a denunciar também não perdem uma oportunidade de mergulhar à sucapa.
Há famílias, muitas vezes numerosas, à espera de sustento e as alternativas de subsistência escasseiam.
Os desabafos dos pescadores que estiveram reunidos esta manhã na Torreira reflectiram bem as dificuldades que enfrentam.
A pesca artesanal é uma actividade muito regulamentada, com múltiplas artes, dependente na ria de Aveiro dos pareceres e autorizações de quase vinte entidades.
Assim não é fácil.
Os recursos piscícolas são determinantes, e haverá sinais de escassez, mas o que os pescadores já não podem dispensar actualmente é de bons advogados e até de fiscalistas, tão complexa se tornou a actividade.

Nota: Mais fotos de Armando Sousa aqui.

27.12.05

Élio quebra o silêncio

O presidente da Câmara de Aveiro tinha anunciado que só falava aos jornalistas no próximo ano mas, afinal, aceitou responder a algumas questões antes de 2006. Aconteceu no final da primeira reunião da sessão ordinária de Dezembro.
Pelo que se lê, o PS começa agora a ter algumas explicações a dar ao negro quadro pintado pela coligação.
No entanto, Raul Martins esteve bem a salvar a honra da antiga maioria quando, numa jogada de antecipação política, desafiou a actual presidência a pedir uma auditoria à Câmara. Afinal, os números nem andam muito longe do que Alberto Souto chegara a admitir.
O vogal socialista também não deixou passar em claro as faltas de Élio Maia a reuniões importantes da vereação.
Na resposta, o presidente reafirmou que as ausências deveram-se a outros compromissos de agenda, sem, contudo, particularizar quais exactamente.
Das bancadas do PSD e CDS ouviram-se críticas à "debandada" de elementos que fizeram parte da lista do PS para a Câmara que, com dois meses de mandato, já entrou nos suplentes.
Acho que ficam quites, para já.