21.9.06

D. António Marcelino

D. António Marcelino já tem sucessor. Após alguns meses de espera, o Vaticano preencheu a vaga criada por força do agora Bispo Emérito ter atingido o limite de idade.
D. António Marcelino tem sido ao longo do seu percurso de vida uma figura marcante na sociedade portuguesa.
Incómodo e inconformista, mesmo com a Igreja e as suas práticas, ainda hoje faz jus à reputação de progressista que em tempos mais recuados lhe valeram alguns olhares desconfiados.
Chegou a hora de passar o testemunho recebido de D. Manuel Almeida Trindade, outra personalidade que marcou o seu tempo.

20.9.06

Efeito Jardel

Há quanto tempo o Beira-Mar, mesmo que por interposta pessoa, não era capa inteira de A BOLA? Desde a conquista da Taça de Portugal, presumo eu. E mesmo aí, não estou certo de igual destaque ao que Jardel consegue (ainda) atrair.

Comércio tradicional

Hoje em dia, ter um estabelecimento comercial de que tipo for é uma aventura de alto risco.
Quem tem casas abertas, enfrenta concorrência como nunca se viu.
Nos últimos anos, multiplicaram-se por muitas vezes os centros comerciais, hipermercados e mini-preços. Estão em todo o lado, a poucos minutos.
Sempre que abre um novo espaço comercial de maiores dimensões , o comércio local abana.
E isso faz-se sentir com meses de antecedência. É o que está a acontecer em Ovar com a construção do Sportsforum.
Num caso que conheço, a abertura de uma loja de marca roupa para criança ditou a decisão de uma familiar fechar as portas do seu estabelecimento.
O comércio tradicional, dito de proximidade, tem uma função importante na comunidade, enquanto pequenos pólos de animação, evitando a desertificação dos centros mais antigos.
Em Aveiro, a vida de muitas ruas e praças depende das lojas.
Só que as dificuldades estão à vista. Há negócios a fechar todos os dias e são bem menos os que tentam a sua sorte.
Por isso, quando vejo outra amiga a remar contra a maré, dando colorindo a uma rua, que apesar de ser das mais típicas de Aveiro, está tomada por prédios envelecidos e a ameaçar ruína, só lhe posso desejar muita sorte (traduzida em clientes!) para que seja a excepção a uma triste regra.

17.9.06

Tradições

Vivemos numa região onde as tradições populares, apesar de ainda vivas, estão ameaçadas pelo esquecimento à medida que as gerações se renovam.
Quem assiste a um desfile etnográfico ou a uma desfolhada à antiga encontra nestas práticas ancestrais das gentes do campo algo que começa a rarear na nossa sociedade: alegria, boa vizinhança, entreajuda. Apesar de tudo, vê-se esperança. É um viver espontâneo, ao ritmo das estações do ano.
Alguns (cada vez menos) novos ainda aprendem dos velhos ensinamentos, que não sendo já úteis aos ofícios de hoje, não ficam perdidos ou reduzidos a práticas museológicas.
Foi isso que se tentou fazer, por exemplo, no estaleiro de construção naval artesanal da Murtosa.