13.1.06

Lesões

Impressionam-me muito as lesões desportivas graves que frequentemente atingem os atletas, sobretudo, de alta competição que, de um momento para outro, podem ver transformados os seus sonhos em pesadelos. Do futebol chegam-nos os casos mais mediáticos. Pelo JN, costumo seguir a sempre interessante e esclarecedora crónica de um especialista.
A morte em campo de Miki Feher vítima de falha cardíaca foi o caso, evidentemente, mais dramático a que assisti.
Mas tenho desde há muitos anos na memória a imagem do benfiquista Rui Águas, na antiga União Soviética, agarrado à perna com uma fractura muito feia que TV mostrou bem.
Uma queda aparatosa do guarda-redes do Beira-Mar Paulo Sérgio caindo inanimado no velhinho Mário Duarte, silenciou o estádio e deixou-me a tremer ainda mais quando, percebendo a gravidade, o treinador António Sousa saltou para o campo em direcção ao atleta.
Li histórias incrivéis sobre o sofimento de Eusébio por causa de um joelho que foi cobaia de muitos tratamentos e em último caso de infiltrações salvadoras que o deixaram num estado lastimável que nem o aspecto esconde, pelo que costuma brincar o "pantera negra".
Pedro Mantorras para mim é outro herói e só espero que os "arames" aguentem por muitos anos o joelho direito e os adversários não o castiguem.
Um joelho do sportinguista Sá Pinto, pelos vistos, foi salvo para a competição com um enxerto de cadáver. E o jogador após um longo calvário continua em bom rendimento.
Fiquei triste com a lesão do aveirense Marcelinho, uma gonalgia no joelho que pode ditar o seu afastamento do futebol profissional.
São ossos do ofício, é verdade, mas não deixa de ser uma das faces mais tristes do desporto.

12.1.06

Mário Soares

Mário Soares teve casa cheia no comício de Aveiro, quarta-feira à noite.
Para mim foi uma aflição vê-lo em palco, confesso, com aquela genica toda a destilar críticas ao cavaquismo. Não por Cavaco mas por recear que a qualquer momento aquela carga emocional que pôs no discurso pudesse acabar por dar-lhe alguma coisa má. O coração de 81 anos aguenta-se bem, está provado, e parece apto a nova rodada presidencial.
A plateia deixou-se incendiar pelas críticas logo desde o início, aquando da actuação, perdão, intervenção, do inconfundível José Mota. O autarca de Espinho transpirou anormalmente e teve de limpar a testa algumas vezes. Mostrou-se um defensor da causa da emigração, ele que ficou conhecido pelas temporadas que passa, desde há alguns anos, no Brasil e causou sorrisos velados quando desatou a gritar "o povo fica bem com Soares em Belém". Seria a pensar em terras de Vera Cruz ?
À semelhança de Mota, António Vitorino e o próprio Soares foram brindados por alguns apartes da plateia e garçolas dando um toque interactivo ao comício.
Já quando se ouvir falar o comendador Ilídio Pinho, o único não político, que por acaso é dos homens mais ricos do País, o respetinho foi maior.

9.1.06

Comentários

O Já Agora é um blogue assinado e assumido.
Corri o risco de ver este espaço de liberdade ser usado abusivamente. Aconteceu, como é habitual nos blogues, pelos comentários. Apaguei a mensagem que considerei imprópria. Espero que não tenha de repetir.

Diogo Machado & Capão Filipe

A contratação de Diogo Machado para a Aveiro Expo é bem capaz de vir a dar muitas dores de cabeça à maioria camarária. O ainda vogal do CDS foi um temido sniper político fazendo alvo da gestão PS na Assembleia Municipal. Agora inverteram-se os papéis e já foi colocado na mira da oposição socialista.
Miguel Capão Filipe é que atirou completamente ao lado quando decidiu qualificar os pedidos de esclarecimento do PS na Câmara como "atitude de virgem ou prostituta pudica".
O vereador ainda tentou corrigir o tiro enquadrando aquelas palavras no "estilo aveirense da ironia ou das figuras de estilo" que teria no histórico socialista Carlos Candal um dos representantes maiores.
Só que por muito que o voluntarioso líder local do CDS queira, ainda tem de refinar mais as figuras de estilo para chegar ao nível que o advogado aveirense costuma exibir-se. Afinal, são muitos anos de tribunas parlamentares.

8.1.06

Liga sem honra

A Liga de Honra deveria ser um campeonato de futebol profissional mas, pelo andar da carruagem, poderá tornar-se uma farsa desportiva com ameaças de greves, equipas que faltam a jogos ou estão em vias mesmo de acabar a meio da prova.
Até pode ser que esta selecção natural faça despertar os responsáveis do mundo da bola para a necessidade de reorganizar o modelo competitivo.
O que se passou hoje à tarde no estádio Mário Duarte também não é aceitável. E quem paga bilhete não pode deixar de sentir-se defraudado.
A Ovarense tinha apenas 12 jogadores, três dos quais guarda-redes e no Beira-Mar eram 17, com menos um no banco por contigências várias.
O jovem presidente do clube de Ovar passeou-se ao intervalo pela bancada de imprensa distribuindo sorrisos. Talvez já não estivesse a contar convencer os jogadores que restam a entrar em campo. Jogar nas condições em que os vareiros encontram-se é quase uma humilhação. No entanto, acabaram por honrar o emblema. Mas isso não enche barriga, como deveriam saber os dirigentes vareiros que são os primeiros responsáveis pela crise financeira que a má classificação da equipa não deve ajudar nada a resolver.