23.11.06

Oliva


O Museu da Chapelaria é uma visita obrigatória quando se passa, com tempo, por S. João da Madeira.
Excelente restauro do que foi uma das primeiras indústrias sanjoanenses, onde é possível ver maquinaria e outro espólio antigo, para além da rara colecção de chapéus.
O que vale a pena, também, é descer a rua alguns metros até ao complexo Oliva e apreciar outro magnífico exemplar da arquitectura industrial portuguesa.
A fundição chegou a dar trabalho a 2.000 pessoas no auge da sua actividade!
E o património, apesar de retalhado em várias empresas e parcialmente abandonado, não esconde o grande centro fabril que foi.
Quase engolida pela urbe, mais tarde ou mais cedo colocar-se-á a necessidade de deslocalização das unidades produtivas.
Requalificar aquela área, ambientalmente muito marcada por anos e anos de actividade industrial, coloca outro desafio: manter os principais traços de uma memória arquitectónica que já faz parte da imagem da cidade e à qual ainda pode continuar a servir como exemplo do espírito empreendedor.

22.11.06

Aveiro

Poucos dias depois de mais uma entrevista de Alberto Souto com algumas apreciações duras para o desempenho de Élio Maia, o presidente da Câmara abriu as portas do seu gabinete para mostrar como passa, pelo menos, dois dias por semana que dedica ao atendimento de munícipes.
Estes excelentes momentos do jornalismo aveirense (para ler e guardar) mostram que, nesta altura do 'campeonato' é bem menos trabalhoso criticar por criticar.
Raul Martins, presidente da concelhia do PS, já disse que não iria fazer oposição pelo caminho mais fácil. Aguarda-se o que terá na cartola nos próximos tempos.
Do Bloco e, especialmente, do PC é que se espera maior dinâmica do que tem acontecido até agora.

Simulacro

O presidente da Câmara de Estarreja sorriu e respondeu: "Acredito que a vida é feita, também, de coincidências felizes".
É evidente que o agendamento do simulacro realizado esta quarta-feira não foi casual. A autarquia usou o exercício, legitimamente, para fazer valer um dos seus principais argumentos em defesa da urgência do hospital Visconde de Salreu.
A mensagem poderia ter passado melhor, com mais visibilidade, mas nem todas as televisões e apenas uma rádio nacional 'morderam o isco'.
Ainda bem que o exercício teve muita importância e envolvimento local (Estarreja é das raras localidades deste país onde existe uma cultura de segurança enraizada e eficaz ao longo dos muitos anos de indústria química) mas poderia ter ido um pouco mais longe no efeito mediático. Sem o exagero, é certo, do que aconteceu na primeira e má experiência de há vinte anos, que mais pareceu um exercício militar.

21.11.06

Salas


Passou a época das velhas e degradadas salas de espectáculos na região. Entre restauros e edifícios de raiz, o panorama tem mudado para muito melhor. O que acontece graças a grande esforço financeiro público, já que os privados não parecem encontrar razões para assumir protagonismo que já tiveram neste tipo de investimentos virados para a cultura.
O belo cine-teatro Messias, na Mealhada, foi dos primeiros a recuperar o esplendor de outros tempos.
Depois foi o Aveirense a sofrer um restauro à altura dos pergaminhos que tem na vida cultural da cidade.
O cine-teatro de Estarreja também recuperou a dignidade.
Em Albergaria, o cine Alba poderá ser o próximo a entrar em obras há muito reclamadas.
Já há projecto para recuperar o Imperador de S. João Madeira.
Entretanto, nasceu o Centro de Artes de Sever e a Norte o Centro Cultural de Macieira de Cambra que serve muito bem Vale de Cambra.
Ovar reformulou o projecto do Centro de Artes que vai começar a ser construído.
Mais adiantado está o Centro Cultural de Ílhavo (na foto a fazer lembrar uma réplica da Casa da Música engaiolada mas que promete vir a ter um resultado final arquitectónico interessante).
E quase pronto a inaugurar, o novíssimo cine-teatro de Anadia, que fará um belo conjunto com o vizinho Museu do Vinho.
Pode ser um paradoxo, mas criar estas estruturas, bem caras por sinal, até será o mais fácil. Difícil é encher as salas de gente, criar públicos. Há quem se esteja a esforçar e consiga resultados, outros nem tanto. Uma análise para ter continuidade.

Vinho

José A. Salvador atalha caminho para quem quiser saber o essencial do vinho em Portugal. E quanto mais se conhece, outro tanto fica por aprender.