10.1.07

Yazaki

A Yazaki Saltano foi um 'maná'. Mais de 2 mil pessoas, não só de Ovar, como de toda a região Norte do distrito arranjaram ali bons empregos.
Tão grande investimento deu bons anúncios e inaugurações com placas para os governantes descerrarem em pose triunfalista.
As fábricas absorveram jovens, sobretudo, atraídos por salários mais elevados do que em outros sectores. Formaram-se casais que assumiram encargos com casas e carros. Vidas que agora conhecem dias mais cinzentos.
Na grande maioria, além de cablagens, que não obriga assim a tanta ciência, pouco mais sabem fazer. É certo que laboraram em processos industriais de ponta, mas não são técnicos com muita procura no mercado, bem pelo contrário. O desafio é a reconversão profissional e isso leva tempo.
A multinacional já tem onde fabricar mais em conta e deu sinais que está de malas aviadas. O investimento nómada é assim. Pouca mais haverá a fazer para segurar grande parte dos postos de emprego.
A empresa quer sair a bem e, por isso, pôs o Governo com tempo ao corrente, montou uma autêntica campanha de relações públicas e tem lidado com o processo do despedimento colectivo em diálogo com os representantes dos trabalhadores, procurou até colocar alguns noutros locais. Nnão deverá fugir às suas responsabilidades legais nas indemnizações, quem sabem até dar um pouco mais para acalmar as hostes. E até poderá saldar todas as suas contas, mas ficará sempre uma dívida de elevado prejuízo social.

1 comentário:

Nelson Peralta disse...

A Yasaki já teve 3700 trabalhadores.

Não me parece que saia a bem. A empresa tem lucros, logo não compreendo a possibilidade de despedimentos. A indemnização legal é apenas para calar bocas. Não se compara ao direito ao trabalho.

O grave na questão são os subsídios europeus, as regalias fiscais excepcionais e a terem comprado o terreno por um pires de tremoços. E agora vão porque podem ter acesso a mão de obra não especializada mais barata noutro local, e provavelmente até fundos europeus e demais regalias.

A questão que fica é o que acontece ao dinheiro que a UE, o Estado e a CMO lhes atribuiu, e o terreno fica na posso de quem?