8.1.06

Liga sem honra

A Liga de Honra deveria ser um campeonato de futebol profissional mas, pelo andar da carruagem, poderá tornar-se uma farsa desportiva com ameaças de greves, equipas que faltam a jogos ou estão em vias mesmo de acabar a meio da prova.
Até pode ser que esta selecção natural faça despertar os responsáveis do mundo da bola para a necessidade de reorganizar o modelo competitivo.
O que se passou hoje à tarde no estádio Mário Duarte também não é aceitável. E quem paga bilhete não pode deixar de sentir-se defraudado.
A Ovarense tinha apenas 12 jogadores, três dos quais guarda-redes e no Beira-Mar eram 17, com menos um no banco por contigências várias.
O jovem presidente do clube de Ovar passeou-se ao intervalo pela bancada de imprensa distribuindo sorrisos. Talvez já não estivesse a contar convencer os jogadores que restam a entrar em campo. Jogar nas condições em que os vareiros encontram-se é quase uma humilhação. No entanto, acabaram por honrar o emblema. Mas isso não enche barriga, como deveriam saber os dirigentes vareiros que são os primeiros responsáveis pela crise financeira que a má classificação da equipa não deve ajudar nada a resolver.

1 comentário:

Nuno Q. Martins disse...

Pois, mas a reorganização do modelo competitivo, por si só, não chega. A própria política dos Clubes tem que ser outra. O futebol profissional sem a sua componente de espectáculo tenderá à ruina. O grande alimento actual dos clubes são as receitas televisivas e de publicidade. Ora, se o futebol não tiver ingredientes que continuem a despertar a atenção dos "consumidores" (adeptos de estádio e espectadores televisivos), o escopo desta indústria desaparece. Os espectáculos desportivos têm que ser valorizados, têm que ter gente nos estádios e gente disponível para pagar para ver os jogos na televisão. Sem estes ingredientes, continuando a assentar a sustentabilidade do futebol na clubite dos adeptos e no mecenato (muitas vezes das próprias autarquias), o mercado encurta-se e o futebol profissional ainda vai levar um "rombo" maior, atingindo também muitos clubes da Superliga.